quinta-feira, 28 de maio de 2015


    Reforma protestante e a educação

Reforma Protestante

    A Reforma Protestante foi um movimento de caráter religioso que marcou a passagem do mundo medieval para o moderno. Entre um dos fatores de grande relevância que assinalaram esse período de transformações podemos destacar o novo contexto econômico do período. No ambiente das cidades, os comerciantes burgueses eram malvistos pela Igreja. Segundo os clérigos, a prática da usura (empréstimo de dinheiro a juro) feria o sagrado controle que Deus tinha sobre o tempo.

Além dos comerciantes, a própria crise econômica feudal também instigou a população a questionar os dogmas impostos pela Igreja. Os clérigos estavam muito mais próximos das questões materiais envolvendo o poder político e a posse de terras, do que preocupados com as mazelas sofridas pela população camponesa. Um dos mais claros reflexos dessa situação pôde ser notado com o relaxamento dos costumes que incitava padres, bispos e cardeais a não cumprirem seus votos religiosos.

Já no século XII apareceram os primeiros movimentos que questionavam as crenças e práticas do catolicismo. Entre outras manifestações, podemos destacar o papel exercido pelos cátaros, originários da região sul da França. Naquela região as distinções culturais históricas propiciaram a ascendência de uma fé cristã à parte dos ditames da Igreja Católica. Realizando uma leitura própria do texto, os cátaros tinham valores morais bastante rígidos que se contrastava com o comportamento dos líderes clericais.

No século posterior, vendo a grande presença do movimento religioso, o papa Inocêncio III ordenou a realização de uma cruzada que – entre 1209 e 1229 – aniquilou o movimento cátaro. Além disso, as acusações de feitiçaria eram bastante corriqueiras entre indivíduos considerados suspeitos ou infiéis. Já na Idade Média, a Igreja criou o Tribunal da Santa Inquisição que percorria diversas regiões da Europa, reprimindo aqueles que ameaçassem seu poderio religioso e ideológico.

Outros intelectuais, nos séculos XIV e XV, também indicavam como os valores absolutos da Igreja já não tinham a mesma força mediante as transformações históricas experimentadas. O inglês John Wycliffe (1330 – 1384) redigiu alguns ensaios onde denunciava as ações corruptas da Igreja e defendia a salvação espiritual por meio da fé. Em certa medida, as teorias lançadas por esse pensador viriam a influenciar as obras de Martinho Lutero, no século XVI.

Jan Huss (1370 – 1415) foi um padre que se preocupou em traduzir o texto bíblico em outras línguas e denunciou o comportamento dos clérigos católicos. A pregação por ele empreendida, ao longo da Boêmia, motivou a violenta reação das autoridades do Sacro-Império Germânico que ordenaram sua morte pela fogueira. A morte de Huss deu origem a um movimento popular conhecido como hussismo. A grande maioria de seus integrantes eram camponeses pobres insatisfeitos com sua condição de vida.

O movimento renascentista também deu passos importantes no questionamento do papel exercido pela Igreja Católica. A teoria empirista de Francis Bacon; o heliocentrismo defendido por Nicolau Copérnico; e a física newtoniana descentralizou o monopólio intelectual da Igreja. O conhecimento gerado por esses e outros indivíduos lançava a idéia de que o homem não necessitava da chancela de uma instituição que o concedesse o direito de conhecer a Deus ou o mundo.

Dessa maneira, se formou todo um histórico de tentativas e fatos que antecederam a consolidação do movimento reformista. Mesmo sofrendo diferentes ofensivas ao longo do tempo, a Igreja ainda conservou um conjunto de práticas que complicavam a estabilidade do poder clerical. A venda de indulgências, a negociação de cargos eclesiásticos e a vida amoral ainda foram questões que incentivaram o aparecimento das novas religiões protestantes.

 A reforma protestante e a educação

    Como foi dito na postagem anterior, os renascentistas começaram a aparecer no final do feudalismo como uma reação ao mesmo. Podemos ver isso no seguinte trecho: "Como uma reação ao feudalismo teocrático, o burguês do Renascimento volveu os olhos para a Antiguidade, para retomar a cadeia da unidade histórica no mesmo elo em que o feudalismo, aparentemente, a rompera." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 110).



                                 



E assim se dá início ao renascimento.
"E assim surgiu um novo mundo, em que as coisas se passam de um modo bem distinto." (Ponce, pp. 113).  



Ao lado, "O homem vitruviano" de Leonardo da Vinci, que sintetiza o ideário renascentista.






A época do Renascimento, herdou as tradições antigas e cristãs da pedagogia da essência (que teve início com Platão e com o cristianismo) e as completou com a concepção de modelo do homem, baseado na razão.

Observação: O que é a PEDAGOGIA DA ESSÊNCIA?
  •  Pedagogia da essência é aquela que investiga tudo que é empírico no homem e concebe a educação como ação que desenvolve no indivíduo o que define a sua essência verdadeira. É assentada numa concepção ideal do homem.

E como diz Bogdan Suchodolski : "O Renascimento, (...), foi uma época em que a pedagogia da essência, continuando a procurar inspiração nas tradições pedagógicas antigas e cristãs, criou novas concepções de protótipos e de normas que devem regular os homens e a educação." (A pedagogia e as correntes filosóficas. pp. 28).


Pode-se caracterizar o Renascimento da seguinte forma:

É importante lembrar que em relação ao campo educacional, "(...) a pedagogia humanitária passou-se a tomar a criança em consideração no decorrer do ensino e adaptam-se os métodos ao nível intelectual da criança." (SUCHODOLSKI, B. A pedagogia e as correntes filosóficas. pp. 26).

Luis Vives


O autor Jean-Louis Vivés, se manisfestou, concordando com essas tendências (descritas no parágrafo anterior). 








Montaigne
Montaigne por sua vez falava como um representante dos nobres e exigia para o jovem nobre, para quem ele idealizava a educação, um ensino diferente do que tinha recebido até o momento. Juntamente com Vives, acreditava que "(...) o útil e o prático passam agora a constituir preocupações de primeiro plano." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp.115). 





Algumas concepções pedagógicas da época:

  1. Jesuítas:
    - Grupo que representava a orientação tradicional, relacionados à Igreja Católica;
    Se tornaram senhores de grande parte da educação européia com a publicação da obra Ratio studiorum;
    Realçaram com vigor o sentido religioso e dogmático da essência pedagógica;
    Não se preocupavam com a educação popular e queriam controlar a educação dos nobres e dos burgueses abonados;
    - Ajudaram na conquista da hegemonia pedagógica da Igreja e a defendeu das ameaças de ela sofria.
  2. Comenius:
    Criou o “sistema natural da cultura” ou sistema pedagógico dependente da Natureza;
    - Continuou a tradição do Renascimento de tornar mais fácil o ensino escolar;
    - Dizia que a educação faz do homem um homem e o reconduz à sua essência mais profunda.
  3. Lutero:
    Intérprete da burguesia  moderada e da pequena nobreza ;
    - Difundiria as primeiras letras na medida em que a leitura permitisse o manuseio da Bíblia;
    - Para ele, a instrução constituía uma fonte de riqueza e de poder para a burguesia.
  4. John Locke:
    Desenvolveu a teoria da formação moral do adolescente de acordo com as exigências do seu estado, em sua obra Pensées sur l’education (Pensamentos a respeito da Educação).
Mais a diante no tempo, o primeiro pensador a se opor à Pedagogia da Essência foi Jean-Jacques Rousseau. Ele diz que a educação não deve ir contra o homem para formar o homem, já que ele é naturalmente bom. Rousseau se preocupou, nesse período, com a educação do INDIVÍDUO, o qual tinha condições de manter um preceptor, e não com a das MASSAS. Pode-se perceber traços de uma "nova pedagogia", a Pedagogia da Existência.
Observação: O que é a PEDAGOGIA DA EXISTÊNCIA?
  • Pedagogia da Existência é perceptível já em Rousseau e seguidamente emKierkegaard, toma o homem tal como é e não como deveria ser. Constitui a corrente de maior importância da pedagogia burguesa.

Portanto, conclui-se que o Renascimento foi um período de grandes mudanças, o qual se baseou no antropocentrismo, individualismo e racionalismo. 







A origem da educação burguesa:

A ascensão da burguesia e o humanismo 

Com o período de transição do sistema feudal para o capitalismo, muita coisa mudou. O ideal da nova burguesia se caracterizava por querer formar indivíduos preparados para a competição do mercado, produzir cada vez mais e também por achar que nada pode paralisar a indústria. 

Um ponto importante a destacar é a mudança do modo de produção. O feudalismo se caracterizava pelas suas relações de trabalho se realizarem entre o senhor feudal e o servo, que era subordinado ao senhor feudal. 
Esse servo trabalhava na terra do senhor e pagava um “aluguel” pelo seu uso. O servo devia gratidão ao senhor pelo trabalho e proteção, a essa relação de dependência e gratidão dá-se o nome de vassalagem. Nesse período não existia trabalho assalariado, o que resultava numa dependência social entre o senhor e seu servo. Já no capitalismo, as relações de produção e trabalho possuem características opostas ao feudalismo. O sistema capitalista deixa explícita a função do dono dos meios de produção e do trabalhador que vende sua força de trabalho. Outra característica fundamental do capitalismo é a incessante busca pelo aumento da produção, a busca de novos mercados consumidores e a busca de lucros. 

Essa pode ser chamada de pirâmide do capitalismo: 


Na base da pirâmide estão os trabalhadores, que sustentam toda a sociedade com seu trabalho. Um degrau acima estão os nobres, os quais já não tinham mais os mesmos privilégios do período feudal. Logo acima estão o Exército, o clero. E por fim, na ponta da pirâmide, estão os burgueses, ou seja, os donos dos meios de produção.

Retomando um pouco a questão da educação, como já foi dito na postagem anterior,Rousseau não se preocupou com a educação das massas e sim com a educação do indivíduo capaz de contratar um mentor. E a sua filosofia influenciou um outro pedagogo, Basedow.
Para ele, a educação tinha como papel formar “cidadãos do mundo”. Dividia a escola devido à grande diferença de hábitos e de condição entre as classes: 

1) Para os pobres (escolas grandes):  
 - Ensinar a ler, escrever e a contar; 
 - Havia apenas um professor, o qual era responsável por cuidar dos deveres que são ditos como próprios das classes populares; 
 - Alunos de diferentes idades na mesma “sala”; 

 - “Felizmente, as crianças plebéias necessitam de menos instrução do que as outras, e devem dedicar metade do seu tempo aos trabalho manuais” (PONCE, A. A educação e luta de classes. pp. 139).


2) Para os ricos e classe média: 
- Os filhos das classes superiores começavam a instrução cedo;

- Essas escolas formavam os “cidadãos do mundo”; 

- Estudavam mais que os outros, pois deveriam “chegar mais longe”;

- Forma de castigo (devido aos vícios ou aos defeitos) : transformar uma hora de estudo em uma hora de trabalhos manuais.

Outros dois homens tiveram um papel importante na discussão sobre a educação, Condorcet e Pestalozzi. O primeiro concedeu o direito de controlar o ensino e a obrigação de instruir ao Estado.Para ele, a instrução PÚBLICA deve assegurar a todos um mínimo de cultura. Não permite também que o Estado imponha a criança qualquer credo (era contra o ensino religioso nas escolas).
“Que o poder do Estado – afirma – termine no umbral da escola, e que cada professor possa ensinar as opiniões que acredita verdadeiras, e não as que o Estado crê verdadeiras.”  (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 142).

Pestalozzi por sua vez dedicou a sua vida às crianças pobres e queria aumentar e desenvolver as forças espontâneas da criança, a sua atividade própria. Queria também desenvolvê-las de acordo com seus dons, suas possibilidades e experiência do mundo e da sociedade.

Pode-se dizer que os dois pedagogos foram os mais autênticos da revolução burguesa, nos mostrando quais eram as intenções da burguesia para o campo educativo.

Há ainda dois outros pontos importantes a destacar. O primeiro deles é em relação ao humanismo racionalista. Ele se expandiu no século XIX com o progresso da democracia e da ciência. Estava presente nas concepções pedagógicas dos escritores como Condorcet e T.Paine; criou-se um programa educativo que priorizava a formação do espírito e fazia desta formação a base de toda a educação.
Esse humanismo tendia para a concepção da pedagogia tradicional da essência, a qual
(...)procurava negar conceitos perfilhados pelo idealismo antigo e pelo tomismo medieval (...)”. (SUCHODOLSKI,B. A pedagogia e as correntes filosóficas. pp.56).
Essa nova variante da pedagogia da essência, sofreu ataques de outras correntes da pedagogia da essência, nomeadas de concepções religiosas, neo-tomistas e também dapedagogia da existência.


O segundo ponto importante é a questão da Teoria da evolução de Charles Darwin. Ela foi o fortalecimento da pedagogia da existência. As idéias evolucionistas ANTIGAS, contribuíram em grande parte para a pedagogia da essência.
O “novo” evolucionismo deveria opor-se por princípio à pedagogia da essência. A educação e a instrução desempenham uma função diferente de acordo com as leis gerais da vida social.

É na teoria da evolução que concluímos que Pedagogia da existência = Pedagogia da luta pela vida.

E por fim, temos a existencialização da pedagogia da essência. Certas correntes da pedagogia da essência adotaram algumas teorias da pedagogia da existência. 
Forma-se também uma corrente menos radical, que se afasta da pedagogia religiosa clássica.










A educação e o homem feudal

Com o desmoronamento do trabalho escravo, algumas mudanças aconteceram. Porém certos aspectos, como a divisão de classes e os privilégios das classes mais altas, se mantiveram fortemente na sociedade feudal. "O cultivo em pequena escala voltou a ser o único que compensava, o que é a mesma coisa que dizer que a escravidão se tornou desnecessária." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 83).


A sociedade tinha a seguinte divisão:


O escravo era visto como um objeto, portanto tinha uma vida miserável, mas segura. Em contrapartida, os vilões (antigos colonos romanos) eram pessoas livres e não se vendiam. "O vilão era, portanto, mais livre do que o escravo, porque ele reconhecia uma autoridade que ele próprio hava querido reconhecer." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp 84). Creio ser essa a diferença entre os dois "povos".
Há também os servos, que eram descenentes dos escravos e portanto, não eram homens livres. Eram em suas costas que o mundo repousava, ou seja, eram os servos que sustentavam as outras classes, porém sem ter o mínimo valor e reconhecimento. Um outro aspecto também sofreu mudanças. As transformações que ocorreram na sociedade no período feudal, impuseram ao domínio religioso (em relação à Antiguidade) algumas diferenças de importância, embora ainda não se concretizaram de forma a alterar o seu conteúdo de classe.
É ai que o cristianismo entra com grande força na sociedade. Como mostra a seguinte frase: " Enquanto o escravo e o servo sofriam sob os seus senhores, o cristianismo proclamava que eles eram iguais diante de Deus." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 87). A Igreja Católica passa a controlar quase toda a sociedade feudal, inclusive a economia. No campo educacional, dois grandes pensadores eram ligados à Igreja Católica: São Tomás de Aquino e Santo Agostinho. 



O primeiro tinha sua filosofia ligada a Aristóteles, o qual tinha suas concepções como um dos fundamentos da pedagogia da essência (que será explicada posteriormente). Entretando, S. Tomás de Aquino se opôs aos aspectos EXCESSIVOS da interpretação ascética da pedagogia da essência, mas conservou as teses principais.

No âmbito educacional, o domínio da Igreja também prevaleceu.
Após o desaparecimento das chamadas "escolas pagãs", a Igreja se apressou para pegar a instrução pública para si. E como havia uma grande inflência dos monastérios (poderosos bancos de crédito rural), surgiram as ESCOLAS MONÁSTICAS, as quais se dividiam em duas categorias:
Professor ensinando crianças na Idade Média.

  1. Escolas dedicadas à instrução dos futuros monges
     → "Escolas para oblatas"
    - Ministravam o ensino religioso;
  2. Escolas destinadas à plebe → Verdadeiras escolas monásticas
    - Não ensinavam a ler e nem a escrever;
    - Não queriam instruir as massas, e sim familiarizá-las com as doutrinas cristãs e mantê-las "dóceis e conformadas".
    - Se preocupavam com a pregação no lugar da instrução.
    Foram criadas também, pelos monastérios, as escolas chamadas "EXTERNAS" que eram destinadas aos clérigos seculares e a alguns nobres que tinham vontade de estudar mas não queriam tomar hábito. 
    Observação: Externas pois se encontravam fora dos conventos. 
    "Juristas doutos, secretários práticos e dialéticos hábeis, capazes de aconselhar imperadores e de fazer-se pagar regiamente pelos serviços, eis os produtos  das escolas "externas" dos monastérios." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp.93). 


    Entrando um pouco na questão da educação do jovem nobre, podemos perceber que todos eles tinham um "percurso" a seguir, como descrito no trecho a seguir: "O jovem nobre vivia sob tutela materna até os sete anos, ocasião em que entrava como pajem ao serviço de um cavaleiro amigo. Aos quatorze, era promovido a escudeiro, e nessa qualidade acompanhava o seu cavaleiro às guerras, torneios e caçadas. Por volta dos vinte e um anos, era armado cavaleiro." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 94).


    Com a transformação que ocorreu no âmbito econômico (a transformação das cidades em centros de comércio, onde os produtores trocavam seus produtos), a educação também sofreu modificação. O aparecimento dos burgueses citadinos fez com quem a Igreja deslocasse o foco de seu ensino.
    Portanto, fez-se necessário a criação de novas escolas, as escolas das catedrais. O ensino nessas escolas estavam a nas mãos do clero secular e não mais nas dos monges. Tinham como foco a TEOLOGIA. Mais uma vez a instrução não é um fato muito importante para as escolas. Como diz Aníbal Ponce em seu texto, "a escola catedralícia foi, no século XI, o germe da universidade." (Educação e luta de classes, pp.99)

    Com os dias, universidades, escolas primárias, escolas da burguesias e escolas municipais apareceram.
    Observação: A Escolástica surge e com uma importância grande. "Representou no front cultural um verdadeiro compromisso entre a mentalidade do feudalismo em decadência e a da burguesia em ascensão; um compromisso entre a fé, o realismo e o desprezo pelos sentidos, de um lado, e a razão, o nominalismo e a experiência, do outro." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 107).  

    Com isso, os humanistas (Renascimento) começam a sua aparição no final deste período feudal. "O Renascimento se propôs formar homens de negócios que também fossem cidadãos cultos e diplomatas hábeis." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp.111)






    segunda-feira, 18 de maio de 2015

    Educação em uma sociedade de classes:
    Soldados espartanos

    Educação Grega:Esparta e Atenas

    As meninas não recebiam qualquer educação formal, mas aprendiam os ofícios domésticos e os trabalhos manuais com as mães. Principal objetivo da educação grega era preparar o menino para ser um bom cidadão. Os gregos antigos não contavam com uma educação técnica para preparar os estudantes para uma profissão ou negócio.

    Em Esparta a educação era organizada em modos militares e dava-se ênfase à educação física. Os meninos viviam em casernas dos 7 anos 30 anos e sua educação incluía intermináveis exercícios de ginástica e atletismo. Os professores surravam os alunos, as vezes, seriamente, a fim de reforçar a disciplina. Os espartanos alcançavam a maturidade em ótimas condições físicas mas em geral eram ignorantes; somente alguns sabiam ler e escrever.

    A educação em Atenas contrastava acentuadamente com àquela que era adotada em Esparta. Eles acreditavam que sua cidade-estado tornar-se-ia a mais forte se cada menino desenvolvesse integralmente as suas melhores aptidões individuais. O governo não controlava os alunos e as escolas. Um garoto ateniense entrava na escola aos 6 anos e ficava confiado a um pedagogo. Ele estudava aritmética, literatura, música escrita e educação física; além disso decorava muitos poemas e aprendia a tomar parte nos cortejos públicos e religiosos. Os meninos tinham feriados apenas nos dias de festas religiosas. O governo recrutava para treinamento militar durante 24 meses, todos os jovens quando atingiam a idade de 18 anos.

    Educação Romana

       O principal meio de educação Romana era a família do tipo patriarcal. O educador era o pai, que na sociedade familiar romana, desempenha o papel de Senhor e de Sacerdote (pater-família) exercendo a máxima autoridade. Mas a mãe também tinha um papel importante, especialmente nos primeniros anos do filho, pois ela ensinava o respeito ao próximo.
       A partir dos 7 anos os meninos acompanhavam o pai na vida civil, e as meninas ficavam em casa colaborando com as mães  nos serviços domésticos. Entre os 16 e 17 anos os meninos entravam no exército e na vida pública acompanhado por um politíco, velho amigo da família, e assim durante anos.
       Posteriormente, a família não estavam mais adaptas aos novos meios educacionais, assim sendo as famílias das altas classes sociais, hospedavam em sua casa um professor geralmente grego, pedagogos ou autor de obras literárias. Para as necessidades das famílias menos favorecidas surgem ás escolas privadas sem interferência do estado, essas escolas são de dois grau elementares:
       A escola lo litterator, ou seja, auto de obras literárias, e escola do gramático, onde se ensinava a língua grega e latina, assim os alunos aprendiam á cultura helênica (Grécia Antiga). O 3ª grau é estabelecido mediante as escolas de retórica (tratado ou livro que contém as regras do bem escrever, efeitos exagerados na linguagem) que é uma espécie de Universidade. Tudo era para formar oradores para ingressar na carreira política.
       Os conservadores criticavam e publicavam decretos as escolas de retórica por ensinar a cultura Grega. Os mestres gregos vinham em grandes quantidades, enquanto os jovens romanos vâo se aprefeiçoando na cultura grega, especialmente em Atenas.
       Nas escolas Romanas, passam a faltar á política da cultura, e antes que fossem desvalorizadas, os romanos voltam a aprecía-la.
       Enfim são fundadas cátedras imperiais, especialmente de direito, nos grandes institutos universitária.
    Principais Representantes da Pedagogia Romana:
       Marco Fabío Quintilíano (35-95) foi um dos mais respeitados pedagogos, lecionou durante 20 anos na escola de retórica, fundada em Roma.
       -Formação do Orador (distancia-se da Filosofia)
       -Valoriza a Psicologia
       -trabalho em Grupo
       -Exercícios Físicos
       -Escola da Gramática

       Lucio Eneu Sêneca (4 a.C -65) vê a filosofia um instriumento capaz de oruientar o homem pela vida . Enfatiza a formação moral e da menos importância a retórica, e valoriza também a Psicologia.

       Marco Túlio (106-43) sua finalidade era formação do orador, que não se deve conhecer retórica, mas a Filosofia.
       Chegou a ser um dos principais modelos dos pedagogos renascentista.

       Marco Pórcio Catão (234-149), defende a tradição contra o inicio da influencia Helênica e o retorna as raizes Romanas.

    Sociedades Tribais: A Educação Difusa.

    Sociedades Tribais: A Educação Difusa.
    1. Sociedades Tribais: A Educação Difusa.

    Nas comunidades tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais. As crianças aprendem "para a vida e por meio da vida", sem que alguém esteja especialmente destinado a tarefa de ensinar.

    O homem incidia sobre o saber (conhecimentos), o fazer (aptidões técnicas), o ser (valores) e o estar (saber sua posição no meio e agir conforme as necessidades do meio).
    A imitação dos gestos foi fundamental nesta fase. Não haviam métodos e sim práticas educativas:

    - Não existia educação na forma de escolas;
    - Objetivo era ajustar a criança ao seu ambiente físico e social, através da aquisição das experiências;
    - Chefes de família eram os primeiros a transmitir o saber e em seguida o sacerdote.
    O objetivo da educação primitiva era transmitir através das cerimônias de iniciação, toda a informação necessária para que houvesse o ajustamento do indivíduo tanto no lado físico como no social. Toda a experiência era passada de geração em geração, pelos pais e pelo sacerdote.A imitação dos gestos, a histórica contada pelos mais antigos, os ritos de iniciação etc.


    Algumas tribos indígenas ainda seguem traços de educação primitiva e realizam certos rituais como no passado, o aprendizado é dentro do próprio espaço de convívio.


    Podemos afirmar que o homem primitivo vivenciou uma educação prática, levando em consideração suas necessidades de sobrevivência (alimentação, vestuário e abrigo).
    Nas sociedades primitivas não havia um escola ou espaço formal de ensino, mas podemos dizer que já havia a figura do professor e do aluno num processo educativo informal.